FELIPE
ARAÚJO DE MELO
Resumo: O seguinte
trabalho se derivou de um curso extensionista, voltado para futuros professores
de história ou já atuantes. desenvolvido como produto do projeto denominado “Processos
de Formação Docente: ações de ensino aprendizagem em história”. O curso vem
sendo ministrado desde 2019 e chegou a sua 5ª edição, em 2020, de forma
virtual. Tal ação visa compartilhar com pares da licenciatura em história uma
orientação para se abordar o ensino da disciplina a partir da dança e do
teatro. Este texto, é portanto, uma reflexão
acerca dos resultados do curso com base nos relatos dos participantes. O
objetivo é pontuar a importância de que, para a inovação em sala de aula se precisa de uma
capacitação dos profissionais, lhes garantindo o direito de estudar e atualizar
saberes.
Breve memorial de um futuro
professor/artista/pesquisador
Escrever sobre sua trajetória é um ato com muita
potencialidade, pois, além de ajudar a encarar os saberes que legitimam a
prática, também permite, através do texto, o compartilhamento dos mesmos com
outros indivíduos. Assim, experiências são
trocadas, analisadas, revisadas e guardadas para outros momentos
investigativos. Este primeiro tópico, portanto, é um breve caminho, ou melhor,
uma breve explanação do rizoma , conforme Deleuze e Guatarri (1995), construído
com conhecimentos advindos de situações experenciais na sala de aula durante o projeto
de extensão e estágio supervisionado, e de saberes artísticos que vem antes da
entrada na universidade.
Falar sobre essa rede e os desafios encontrados, as
angústias e superações é fundamental,
afinal foi por causa dessa estrada tortuosa que se formulou o curso, a ser
discutido na próxima parte do texto,
como uma forma de suprir as orientações necessárias para o manuseio do ensino
de história pela dança e o teatro. Tomo, desta forma, uma perspectiva mais
pessoal da escrita, afinal, a ideia é um memorial, com base em Carpi e Morais
(2018), ou seja, um pequeno espaço onde o objetivo é relembrar, não de tudo, mas do que é significativo neste
momento. E apesar de ainda não ser formado na área, creio que o olhar crítico
sobre e na escola deva ser exercitado o quanto antes, permitindo que
experiências, principalmente dos estágios, ganhem outros significados e
contribuam ainda mais na formação de futuros professores.
Sendo assim, parto portanto, da interseção que
aparece no título deste tópico: futuro professor/artista/pesquisador. Este
termo surgiu, no ano de 2020, dentro da pesquisa A História em Corpos
Interpretativos: o ensino de história pela dança e o teatro, de minha autoria. O
termo foi formulado no intuito de sintetizar os saberes que mobilizei ao
procurar ensinar história pela dança e o teatro. Saberes múltiplos, colhidos de
experiências da licenciatura em história e também do curso intérprete-criador, da sala de aula
e dos palcos artísticos. É importante frisar que essa rede, que não para de se expandir, é baseada em três
pilares teóricos, o que permite a sua legitimidade, são eles: Zeichner (1993) com o termo
professor-reflexivo, Demo (2009) e o professor-pesquisador e Tardif (2010) com
as problematizações acerca dos saberes
que constituem a docência. Juntos, estes autores foram fundamentais para que os
conhecimentos que desenvolvi fossem articulados e formassem o professor/artista/pesquisador. Não posso e nem quero definir outros (as) pesquisadores
(as), que por coincidência, articularem ideias parecidas neste texto, de
professores/artistas/pesquisadores. Fica a critério de cada um, querer ou não
se definir assim. Agora cabe explicar ao que esse termo se refere.
O
professor/artista/pesquisador pode ser resumido como um indivíduo que ao
ensinar sua disciplina utiliza seus saberes artísticos, derivados de sua vida
pessoal, previamente selecionados e colocados em teste no ambiente escolar,
sendo substituídos por outros ou aprimorados. Existe portanto uma rede cuja
função é proporcionar ao professor uma nova forma de ensinar, neste caso,
ensinar história. Dada a definição, é importante traçar o caminho de
experiências e vivências pessoais que o constituíram. Para uma melhor orientação
dividirei as memórias em três partes: Ensino Fundamental, Ensino Médio e a
Universidade.
Ensino Fundamental: Desde
a educação básica estive envolvido com a dança e o teatro. Fosse em feiras
culturais, festas juninas, peças teatrais sobre a páscoa e outras datas
comemorativas. Lembro de um fato marcante neste tempo e que me percorre até
hoje. Estava desenvolvendo um trabalho artístico para apresentar na escola e a
professora estava direcionando o ensaio. Em meio a dinâmica tropecei em um
colega, cai no chão e quebrei um dos meus dentes. Minha mãe, sendo quase
“coruja", quis processar a escola. Mais na frente, quando comecei a
articular o ensino de história e as artes cênicas, lembrei do ocorrido, o que
me fez gerar uma preocupação no que tange ao tratamento do corpo do aluno. Isso
foi um ponto norteador para a formulação do curso para professores de história.
O conhecimento a respeito de ossos, músculos e articulações, é necessário para a prevenção de acidentes.
Ensino Médio: Neste
período de minha vida, do 1° para o 2° Ano, mudei de escola e através de um
grupo artístico da nova instituição comecei a desenvolver aptidões mais
complexas: construção de personagem, figurino, presença de palco. Estudava de
manhã e os encontros do grupo eram a tarde. Lembro que nesta escola, existente
até hoje, tinha um projeto chamado ExpoArt. Ele consistia em um evento onde
cada turma do fundamental ao médio escolhia um tema que originava uma produção
artística. Toda a escola se envolvia. Tive a oportunidade de prestigiar e ser
intérprete também. Da memória lembro de ter interpretado o deus mensageiro,
Hermes, na odisseia de Ulisses. Prestes a fazer o vestibular, o projeto da
escola foi apresentado no Teatro da Paz em Belém/PA, e participei dançando ao
som da música O Bêbado e a Equilibrista de Elis Regina. Uma experiência
marcante. Creio que essas experiências foram influenciadores dos meus olhares
na pesquisa dentro da academia.
Universidade: Entro na
universidade em 2017, em 5° lugar na primeira repescagem. Terminado o 2°
semestre de história em 2018 na Universidade Federal do Pará - Campus
Ananindeua, sou contemplado com a bolsa do projeto de extensão já mencionado. Nele percebi a oportunidade de permitir aos alunos que acompanhei, a experiência
de um indivíduo que aprende história pelo seu corpo em movimento. Em paralelo
fora desta instituição a minha vida como bailarino continuava graças a escola
de dança Ribalta, que continua em funcionamento nos dias atuais. No ano de
2018, com o inicio das intervenções na escola-alvo, notou-se uma grande
dificuldade teórico-prática na aplicação da dança e do teatro como recursos
para o ensino de história. E após a finalização das propostas, a necessidade de
uma formação superior na área artística foi inevitável, pois os conhecimentos
ainda não eram suficientes para suprir as demandas daquele ensino. Desta forma,
em 2019, ingressei no curso técnico de Intérprete Criador na Escola de Teatro e
Dança da UFPA, com o intuito de aprimorar meus saberes e executar, portanto, o
meio trabalho com a melhor qualidade possível. Ao longo deste percurso,
participei de cursos tanto regionais quanto fora do estado, o que gerou novos saberes
e aprofundamento de outros. Vale ressaltar que todas essas experiências
artísticas foram sendo articuladas com as impressões deixadas pelo ambiente
escolar. Sempre tentei entender a cultura escolar, com base em Julia (2001) e Vidal
(2006;2009), analisando o que realmente servia ou precisava ser modificado e
adaptado, me pondo, portanto, como um professor reflexivo-pesquisador de acordo
com Zeichner (1993) e Demo (2009). Assim,
constitui o professor/artista/pesquisador, algo que de certa forma, me delimita
enquanto profissional, interliga meus saberes que continuam em movimento.
Os saberes experenciais,
conforme Tardif (2010), colhidos ao longo de vivências artísticas e escolares,
anteriores a academia ou durante, foram fundamentais para a orientação das
intervenções no projeto. A construção do
curso extensionista, se efetivou pelas dificuldades que percebi ao frequentar
dois cursos. O curso técnico dura 2 anos, e o processo seletivo é uma entrevista junto com uma prova prática. Pergunto,
portanto, quais as chances de alguém que nunca dançou profissionalmente entrar
e obter esse conhecimento? Como poderia estar no mesmo nível de igualdade com
pessoas que já dançam, muitas vezes, desde
os 7 anos de idade? Claro que o curso técnico não é
direcionado a professores ou professoras de história, mas o conhecimento
ali desenvolvido é fundamental para quem
quer ensinar história pela dança e o teatro.
Foi por conta disso, que
formulei o curso para futuros professores de história ou já atuantes. Com o
intuito de democratizar o conhecimento, acredito que é preciso sermos rede, sabermos compartilhar e apoiar a quem
precisa, principalmente quando falamos de nossos/nossas pares. É preciso como afirma Demo (2009), que os
professores tenham o direito de estudar.
Tecendo Redes: curso para professores de
história ou já atuantes
Tendo
explanado alguns dos motivos da construção do curso, cabe agora destrinchar a
composição do mesmo, os objetivos, o público, as parcerias e os locais onde foi
realizado. Como já foi comentado,
esta ação foi desenvolvida partir de 2019, neste período o projeto de
extensão, do qual o curso é um produto,
encontrou implicações burocráticas o que não
permitiu o desenvolvimento dos acompanhamentos pelo bolsista. Tendo,
assim, de formular o andamento de alguma proposta interligada ao projeto, se
formulou o curso denominado, em sua primeira edição, de “Ensino de História e
Artes Cênicas: estratégias metodológicas”. Para uma melhor organização ver
abaixo:
Fonte:
Acervo Pessoal do Autor.
Desconstruir
e reconstruir o saber docente, conforme Nunes (2001), se dá pela reflexão na e
sobre a prática. O uso de diferentes metodologias e recursos exige do professor
competência técnica, conforme Rocha (2001). Partindo deste pressuposto, como
pode o professor de história trabalhar com dança ou teatro sem ter tido, em sua
formação, contato com elementos teóricos e metodológicos de tal área? Deste
modo, serão explanadas algumas edições do curso.
A
primeira edição teve 6 participantes das seguintes regiões: Belém/PA,
Ananindeua/PA, Marituba/PA, Benevides/PA. O curso foi divido em duas tardes, na
primeira tarde houve discussão teórica e pratica, na segundo dia apenas
pratica. A teoria se deteve as problemáticas sobre corpo, aluno, escola e
formação docente. As teorias que embasaram as atividades práticas foram Lobo (2007) com laboratórios de sensibilidade
do corpo, Spolin (2006) com exercícios
de percepção corporal do teatro, Marques (2010) com o conceito de “textos de
dança”, para aquecimento e alongamento do corpo foi usado exercícios de
Calais-Germain (2002). Outros exercícios e experiências usados foram
aprendizados adquiridos na prática artística do ministrante. O objetivo desses exercícios é despertar o
potencial dos participantes na criação, permitir que eles criem seus
movimentos, ou seus “textos de dança” como aponta Marques (2010). Dos relatos
colhidos:
Participante
A: “A oficina foi de um grande aprendizado que me fez um nova forma de olhar as
artes cênicas. E os movimentos e a dança
me fizeram colocar o corpo como objeto de ensino, me possibilitou como futura
professora introduzir novos métodos de ensino, trazendo a cultura as salas de
aula. E aproximar os com a realidade do alunado. Gostei muito da forma que o
Felipe conduziu a oficina deixando os participantes
muito a vontade.”
Participante
B: “ A aula prática foi uma boa forma de movimentar o corpo e percebe-lo como
recurso didático, coisa que eu não havia
pensado antes. Uma aula dessas contribuirá com minha prática docente,
ampliará meu acervo didático assim como
as minhas possibilidades metodológicas nas cenas didáticas das disciplinas
Geografia e Est. Amazônicos.”
Participante
C: “Eu considerei muito proveitoso, uma ótima
experimentação que pode ser levada para a sala de aula, com o objetivo
de usar jogos teatrais que possibilitem tornar o conteúdo mais facilmente
assimilado. Os exercícios de corpo ajudam a relaxar e a estabelecer relações
com o outro. Para mim, que sou sempre travada, foi maravilhoso brincar, suar, tocar, ver ... enfim, usar os
sentidos.”
Nesta
edição foram trabalhados os temas transversais de pluralidade cultural e de
meio ambiente. Se optou pela vivencia em danças africanas e indígenas,
particularmente da etnia Tembé, conhecimento adquirido no curso técnico de
Intérprete Criador. Na questão ambiental
os participantes foram orientados no
contato entre corpo e objetos. Foram usados sacos plásticos, folhas naturais,
papel, sons e ruídos. A proposta era sensibilizar os participantes com relação
a natureza prezando por uma perspectiva naturalista e bio-regionalista da educação
ambiental com base em Sauvé (). O laboratório teve como base Lobo (2007),
Lygia Clark e Costas (2010). Dos relatos
colhidos.
Meio
Ambiente:
Participante
A: “Sensação de leveza, equilíbrio e expressividade. Nos
faz pensar e refletir sobre fatos relacionados a nosso meio ambiente, nos ajuda
a trabalhar e movimentar partes do corpo como um todo. Podemos ter vários
olhares com essa experiência não só a
respeito do mundo mas também no nosso
dia- a- dia.”
Participante B:
“Uma oficina que trouxe-me experiência.
Foi enriquecedora. O trabalho com os elementos folhas, papel, saco
plástico, remete o cuidado, a gratidão
pelo meio ambiente. A separação do lixo. A leveza, a inspiração que a natureza nos envolve para criar,
refletir e compor personagens, movimentos de flexibilidade e desenvoltura pretendida.”
Participante C:
“ O pensar do movimento me deu uma sensação
e a observação do corpo, no qual nos da um sentimento de leveza das
folhas tanto a folha natural como a de papel. A dinâmica nos faz refletir sobre
a leveza de uma folha e a leveza que podemos dar ao nosso corpo, com um simples
gesto bem (...) um simples movimento que fazemos no dia- dia.”
Na
segunda edição, a primeira diferença se encontra na duração. Nesta edição o
curso compôs parte da programação de um evento maior sediado na Universidade do
Estado do Pará, ficando programado para apenas uma tarde. Desta forma, se
reduziu o conteúdo, descartando-se momentaneamente o tema de Meio Ambiente. Em
relação aos participantes a quantidade foi 9 advindos de: Castanhal/PA, Bragança/PA,
Muará/PA, Vigia/PA, São Francisco do Pará/PA, Curuçá/PA, São Miguel do Guamá/
PA. A estrutura não se modificou, uma
parte foi destinada a explanação teórica e a seguinte foi prática. Na parte
prática, houve uma melhor organização nos exercícios das referências já mencionadas na 1ª edição. Após uma formação na cidade Rio de Janeiro em 2019,
o ministrante utilizou um laboratório que consistia em sortear com uma caixa com
determinadas palavras cujos participantes deveriam tentar interpretar com seus
corpos, igualmente aos exercícios de Lobo (2007). Em termos de história, foi
desenvolvida uma cena sobre Revolução Industrial com base em uma cena do filme
Tempos Modernos de Charlie Chaplin. Dos relatos:
Participante
A: “A proposta do minicurso: Ensino de História e Artes Cênicas foi muito interessante
para apresentar propostas de dança e teatro na elaboração das aulas de
história, com novas visões sobre
metodologia e saberes sobre ensino e aprendizagem. Assim como um entendimento
primordial no que infere ao corpo, principalmente se for levado em consideração
a possível aplicação em sala de aula [...] Então estabelecer uma relação do corpo com o conteúdo, proposto pelo
minicurso, foi muito importante pro meu entendimento de didática e metodologia
em sala, enquanto professor, por enfatizar a dança , o teatro com exercícios
que desprendem-se de métodos
tradicionais de ensino.”
Participante
B: “Nós podemos entender que os movimentos também geram significados e podem,
de uma maneira bastante lúdica , nos ajudar a entender alguns conteúdos da
história [...] Enfim, pude entender que educar não é somente escrever no quadro, mas também pode
ocorrer por meio de linguagem mais aproximadas dos alunos.”
Participante
C: “Até o momento, esse minicurso,
acredito ter sido essencial e bastante motivador, por meio do aporte teórico
que nos guiam a desenvolver tais atividades, o professor excelentíssimo nos permitiu nos libertar e entender, nossos corpos
como políticos e artísticos, foi bem legal trabalhar isso também como uma ferramenta que pode ser utilizada
dentro da sala de aula, mas com algumas ressalvas, mas, adorei esse minicurso.”
Conclusão
Enfim, com base nos relatos citados é possível observar que o objetivo do curso foi
alcançado, embora os participantes mostrassem certa timidez, foi possível
observar os mesmos arriscando e progredindo neste conhecimento. Infelizmente
por conta do espaço não poderão ser abordadas as demais edições. Vale apontar
que dentre a principal dificuldade encontrada foi a evasão na 4ª e 5ª edição
por terem sido virtuais, por conta do cenário da pandemia. Houve também
críticas construtivas para a atualização da bibliografia. Esperasse que este
trabalho colabore para que as instituições formadoras de professores,
principalmente de história, repensem seus currículos e elaborem estratégias para
o dialogo entre ensino, dança e teatro. A formação docente, como aponta Gatti (2018),
afeta a formação de gerações futuras. O
ensino, como a autora coloca, ainda sofre com a visão superior voltada ao
bacharelado, o que gera desafios na inovação da formação. Contudo, segundo
Strazzacappa (2001), é preciso que os
cursos formadores de professores pensem na oferta de uma disciplina
artístico-corporal. Acreditasse que o exemplo dado neste texto tenha mostrado a
importância dessa mudança, que ainda se encontra longe. Este texto encerra com
uma frase importante de um dos participantes do curso da 2ª edição: “Não
devemos isolar a arte do ensino! A arte é a forma de ensino lúdico, onde o
exercício da imaginação e criatividade são
os motores do ensinar."
Referências Bibliográficas
Felipe
Araújo de Melo é graduando em história pela Universidade Federal do Pará
(UFPA), bolsista Pibex do Projeto de extensão “Processos de Formação Docente:
ações de ensino-aprendizagem em história”, coordenado pela Prof. (a) Dr. (a)
Siméia de Nazaré Lopes. Também é discente do curso técnico em Intérprete
Criador na Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA).
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Hoje as graduações são corridas em tempo e como ter bagagem de conhecimento sobre a formação do corpo dos alunos para evitar acidentes, tendo em vista que acidentes ocorrem com ou sem probabilidade?
ResponderExcluirAlexandre Ferreira Mendes
Olá, Sr Alexandre Mendes! Creio que é importante entender o professor como alguém que nunca para de se reinventar. A formação é continua e dura toda a vida. A graduação é apenas uma parte dela e é destinada a nós dar a base necessária e em seguida continuamos. No caso do ensino pela dança e o teatro, o que percebi é que este recurso não está sendo orientado ou debatido, nem sequer em atividades de disciplinas. É importante ter a visão de que os projetos políticos pedagógicos dos Cursos precisarão mudar com o tempo, mas primeiro se muda quem forma os professores, para que de fato entendam a necessidade da mudança. Enquanto estas modificações não ocorrem, é importante produzir e levar a discussão para e com os pares, dentro ou fora da academia, também continuo ministrando o curso, com o intuito de aos poucos mostrar esta lacuna que precisa ser preenchida. Também creio que o professor de história precisa de oportunidade para estudar, infelizmente nos deparamos com relatos de quem não conseguiu por conta da demanda do trabalho. Desta forma o que se aponta são mudanças ainda mais severas direcionadas ao meio social. Não podemos esquecer que vivemos em sociedade e a educação corresponde aos ideais da mesma, interfere e também sofre reverberações destes projetos políticos. Espero que este texto contribua para o debate acerca da formação docente, apontando uma nova demanda que está longe de ser solucionada.
ExcluirAtt, Felipe Araújo de Melo.
É relevante trazer o corpo para o ensino aprendizagem de história, é isso poderá ser avaliado no processo escolar?
ResponderExcluirAlexandre Ferreira Mendes
Com certeza é importante, pois, é uma forma, não apenas de inovação de debater um conteúdo de história, mas também porque nos permite quebrar padrões de um educação bancária, de uma educação baseada na homogeneidade dos corpos disciplinados. Confrontamos, portanto, um modelo perverso que torna muitas vezes a disciplina história uma verdadeira tortura aos estudantes, baseada em decoração de datas e nomes. Em questão de avaliação é importante escutar os alunos, a voz da infância sempre esteve e estará disponível a quem quiser ouvir. Creio que nada melhor para avaliar um novo recurso de ensino se não aqueles que o recebem.
ExcluirAtt, Felipe Araújo de Melo.
Como trabalhar o corpo e a história com os alunos que não fazem nem aula de educação física pois evitam usar o corpo de maneira produtiva e criadora?
ResponderExcluirAlexandre Ferreira Mendes
Primeiramente é importante respeitar os alunos, ninguém deve ser forçado a se movimentar. Em termos de peças teatrais ou composições coreográficas é preciso entender que ambas precisam de pesquisa. Então, para aqueles que não iram interpretar, podem compor outros grupos que ajudaram na construção da produção artística. Um grupo para estrutura e cenário, para confecção de figurino, pesquisa sobre o conteúdo da peça com base em fontes históricas,são exemplos. Ressalto que estou levando em consideração uma escola que proporcione condições favoráveis para tais elementos. Caso a escola não possua, podesse apresentar a peça ou coreográfia, e quem não interpretou deverá formar um grupo para discutir elementos relacionados entre peça-coreografia-história. É importante entender que a produção artística não encerra o conteúdo de história, ela é uma forma de apresenta-lo aos/as alunos/alunas, cabendo uma discussão posterior sobre o conteúdo da própria produção com o conteúdo de história. A produção é mais um ponto a ser problematizado, pois apresenta apenas uma parcela da história a ser ensinada. É necessário entender também que no ato de assistir o aluno-platéia rememora e relaciona conhecimentos prévios e a peça/coreografia, portanto, não deixa possível de aprender um conteúdo.
ExcluirAtt, Felipe Araújo de Melo.