SILMARA DENCATI SANTA ROSA
Este
ensaio tem como tema de estudo o ensino da diversidade étnica na escola, uma
problemática que da margem ao racismo, e que se apresenta como uma proposta que
se faz extremamente necessária debater no ambiente escolar.
Mediante
constatação in loco com a temática curricular relacionada, a inquietação com o
tema se estende e a presente pesquisa torna-se pertinente porque visualiza a
crescente preocupação com questões relacionadas aos temas étnicos e a cultura
Afro-brasileira ensinada na escola pública. Deste modo, este ensaio busca
apresentar instrumentos entre a teoria e a prática, culminando em um fazer
pedagógico que possibilite oferecer a outros docentes, inspiração para
trabalhar temas relacionados à etnicidade que apresentam as diferenças entre os
povos.
A pesquisa inicial é bibliográfica, pois
corroborando com o ponto de vista de Marconi e Lakatos (2007, p. 71), “[...] é
colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou
filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates
que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer
gravadas”.
Considerando
que o saber científico é uma das formas de se compreender os sujeitos e suas
relações sobre a realidade, e que ajudam a partir de um ponto de vista sobre a
realidade para entender a complexidade social na qual estamos imersos,
apontando para possibilidades de mudanças em nossas práticas. Mas a vida em
sociedade é às vezes, difícil de explicar cientificamente, e por vezes tem-se
que recorrer ao senso comum, a cultura e a tradição, que são elementos
fundamentais que compõe formas de objetivação das relações e dos sujeitos
sociais. A prática docente que se
apresenta neste ensaio se passa em escola de periferia de Cuiabá, na Escola
Estadual de Tempo Integral Rafael Rueda, no bairro Pedra 90, e tem como
protagonistas jovens estudantes do Ensino Médio, que tem em seu currículo a
Base Comum e a Base Diversificada da Educação Integral em seu currículo.
A
Escola de Ensino em Tempo Integral busca desenvolver nos estudantes o
protagonismo juvenil, preparando o estudante para a formação
de uma pessoa autônoma, solidária e competente. A articulação entre Modelo
Pedagógico e de Gestão cria no ambiente escolar as condições para que a escola
ofereça excelência acadêmica, formação para a vida através da consolidação de
valores e competências necessárias para o Século XXI (ICE, 2015, p 06). Neste
sentido, conforme o Instituto de Corresponsabilidade pela Educação – ICE:
“As Metodologias
de Êxito funcionam no currículo por meio de procedimentos teórico-metodológicos
que favorecem a experimentação de atividades dinâmicas, contextualizadas e
significativas nos diversos campos das ciências, das artes, das linguagens e da
cultura corporal. Exercem o papel de articuladores entre o mundo acadêmico, as
práticas sociais e a realização dos Projetos de Vida dos estudantes. Sua
prática cotidiana, planejada e apoiada pela equipe escolar conduzirá os
estudantes ao exercício das competências fundamentais para a construção dos
seus Projetos de Vida” (ICE, 2015, p. 07).
A
Educação Integral é uma concepção que compreende que a educação deve garantir
o desenvolvimento dos
sujeitos em todas as suas dimensões, ela é interdimensional – intelectual,
física, emocional, espiritual, social e cultural e se constituir como projeto
coletivo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, educadores, gestores e
comunidades locais.
São muitos os estudos publicados que apresentam que a estética negra
inserida no currículo escolar é a promessa da construção de um modelo de
educação que preza pela diversidade, do pluriculturalismo com vistas a contribuir
para diminuição do racismo e do preconceito presentes nas diversas instituições
escolares. Porém sabemos que na realidade vivenciada na escola, a teoria
funciona muito mais que a prática, são muitas vezes deixadas a margem do
ensino, e que as ações e
atividades escolares que prezam por esta proposta e que pretendem reconhecer a
diversidade dos sujeitos presentes na escola, que irão sinalizar aos jovens
novas vivências e experiências sociais, diferentes formas de produzir
conhecimentos e percepções do mundo e de si próprios, percepções da sua
comunidade, são desenvolvidas timidamente por algumas disciplinas, mas
especificamente pela História.
O trabalho desenvolvido com a disciplina de História traz aos alunos
alguns conceitos para se entender o processo na negritude e sua diversidade, da
etnicidade e do preconceito racial. O conceito utilizado para entender o
processo de construção de identidade será o conceito de etnicidade de Michel
Wieviorka, que assim define a identidade étnica:
“O conceito de
etnicidade deve compreender o processo de construção de uma identidade étnica
que contemple tanto o princípio universalista, ou seja, o princípio da
igualdade de todos os cidadãos perante a Lei, e o princípio diferencialista, ou
seja, o princípio da diferença para embasar uma política de direitos
específicos para cada grupo ou minoria racial” (AZEVEDO, 2014, p. 127).
Na interpretação
de Azevedo, devemos pensar a etnicidade como uma personalidade dividida em
três: primeiro como uma identidade coletiva, pois se tem uma memória comum, em
comunidade cultural; segundo, ser individual, cidadão político, trabalhador,
consumidor; e em terceiro saber que somos também subjetivos, com possibilidades
de formular as próprias escolhas e de inovar em termos culturais (2014, p.
128).
No
processo de pertencer-se a raça e a cultura negra que se constituí a identidade
de cultura negra, o assumir-se negro no Brasil é ter coragem de se identificar
portador de uma cultura inferior, devido o preconceito velado existente na
sociedade. Neste sentido, conforme Oliveira (2004, p. 54) assumir a identidade
racial negra: “em um país como o Brasil é um processo extremamente difícil e
doloroso, considerando-se que os modelos ‘bons’, ‘positivos’ e de ‘sucesso’ de
identidades negras não são muitos e o respeito 'a diferença em meio' a
diversidade de identidades raciais/ étnicas inexiste”. Para Tomaz Tadeu da
Silva (2009) existe uma relação de interdependência nos conceitos de identidade
e diferença, sendo que um só tem sentido se considerarmos o outro, pois ao
dizer quem é, implicitamente, diz quem não é. As identidades negadas se fazem
presente quando outra identidade é afirmada. E a necessidade de se definir algo
ou alguém, ou a si próprio, surge com a percepção da diferença.
Com
o estudo voltado para a identidade racial e para a diversidade cultural, se
forjou o conceito de afrocentricidade, que é muito eficiente ao ser aplicado a
educação, pois desenvolve nos estudantes uma consciência de pertencimento à
cultura africana. Na perspectiva de Asante é partir da necessidade que se
projeta para o afrodescendente e a cultura africana de se afirmar como centro
da prática pedagógica, desfazendo a histórica condição de subalternidade a que
o negro está submetido na cultura e no ensino eurocêntrico. Tem-se o objetivo
de trabalhar com a valorização da autoestima do negro, em geral muito baixa
devido à própria falta de consciência do seu valor diante da cultura do outro,
que esteve sempre em alta. É como diz o autor quando publicou o conceito de
afrocentricidade em 1980 (ASANTE, 2009, p. 94), “o objetivo era desferir um
golpe na falta de consciência – não a falta de consciência apenas da opressão
que sofremos, mas também das vitórias possíveis”.
É
posicionar o estudante no centro do currículo escolar e percebê-lo enquanto
sujeito de sua história. É justamente neste projeto de ensino afrocentrado, de
promover relações de ensino aos estudantes entre o afrocentrismo e o
eurocentrismo que Aime Césaire (2010, p. 109-110) discorreu a respeito de uma
teorização sobre o movimento negro e apresentou uma conceituação que pode ser
tomada como definitiva: “a Negritude, em seu estágio inicial, pode ser definida
primeiramente como tomada de consciência da diferença, como memória, como
fidelidade e solidariedade. Mas a Negritude não é apenas passiva. Ela não é da
ordem do esmorecimento e do sofrimento.” Ao definir o conceito, Césaire definiu
a negritude em três aspectos essenciais: identidade, fidelidade e
solidariedade. Sendo que a identidade consiste em ter orgulho da condição
racial, expressando-se, por exemplo, na atitude de proferir com altivez: sou
negro! É a questão de afirmação. Para a fidelidade ficou delineado a relação de
vínculo permanente com a terra-mãe, é a herança da ancestralidade
africana. E no caso da solidariedade é o
sentimento que une, involuntariamente, todos os "irmãos de cor" do
mundo; é o sentimento de solidariedade e de preservação de uma identidade comum
(DOMINGUES, 2005, p.30).
Na perspectiva de Amanda Braga (2015) que fez uma análise
discursiva sobre os conceitos de beleza negra, da beleza castigada pela
escravidão em nosso país, e que perpassa pelas dificuldades e alinhamento moral
oferecido pelo século XX, até chegar ao atual momento. A autora reflete sobre
um conceito estético atribuído ao corpo negro, e como isso vai assumindo novas
verdades na dispersão do tempo histórico.
Para ela é o desejo de revelar mais sobre a forma como historicamente se
leu os signos da beleza negra, fazendo vir à tona um enredo que envolve
memórias, exclusões e retomadas.
Para
compreender a identidade negra e as dimensões que esta identidade assume frente
a questão racial, Nilma Lino Gomes categoriza três “saberes
estético-corpóreos”:
“Os
saberes estético-corpóreos, sendo os mais visíveis do ponto de vista da relação
do sujeito negro com o mundo, contraditoriamente podem ser mais facilmente
transformados em não existência no contexto do racismo brasileiro e do mito da
democracia racial, os quais são capazes de transformar as diferenças inscritas
na cultura negra em exotismo, hibridismo, negação; ou seja, em formas
peculiares de não existência do corpo negro no contexto brasileiro” (GOMES,
2019, p. 77).
Para Gomes, a reação e a resistência do corpo do negro no
contexto do racismo produzem saberes, e isso se deve em grande parte pelo
trabalho que são organizados e realizados pelo Movimento Negro. Sem esse
trabalho, o corpo negro traria consigo somente a negatividade e a negação, a
produção de não existência que permanece vivificada e presente em muitos meios
sociais ainda nos dias atuais, “podemos dizer que estamos diante de uma forma
de regulação do corpo negro que se dá por meio da violência do racismo que
afeta a todos nós, inclusive as suas próprias vitimas” (GOMES, 2019, p. 78).
Gomes fala que a beleza negra vai sendo construído nos
movimentos políticos em prol da igualdade e se expressa no corpo, Arte,
política, música, dança, pintura, poesia, etc.
“Cabe
aqui ressaltar que essa não existência, em relação ao saber estético/corpóreo,
não significa a invisibilidade total do corpo e da corporeidade negra no
discurso e na prática social brasileira. Trata-se de um processo engenhoso. A
não existência pode se fazer presente quando o corpo negro é tematizado via
folclorização, exotismo ou negação. Ou então quando esse corpo é apresentado e
representado como indisciplinado, lento, fora do ritmo, que não aprende,
violento. Esse é um tipo particular de produção de não existência que acontece,
por exemplo, no campo da educação, pois se realiza por meio de uma presença
redutora que relega o corpo negro, sua corporeidade e seus saberes ao lugar da
negatividade e da negação. Trata-se da negação do corpo negro como corpo livre,
que age, move, contesta, vibra, goza, sonha, reage, resiste e luta. Podemos
dizer que estamos diante de uma forma de regulação do corpo e da corporeidade
negra que se dá por meio da violência do racismo que afeta todos nós, inclusive
as próprias vítimas” (GOMES, 2011, p. 57).
É
por esta representatividade que se busca positiva nos jovens negros que devemos
estar atento ao que preconiza a lei 10.639/03 e defender um modelo educacional
que prioriza a diversidade cultural, que está presente na sociedade brasileira,
está presente na comunidade, na sala de aula, e deste modo respeitando as
ideias de reconhecimento, de respeito à pluralidade cultural, democracia e
cidadania prevaleçam nas relações que envolvem a comunidade escolar e a
Educação, e que seja uma ideia que vai desde a elaboração dos currículos
escolares e de formação dos docentes até suas atividades pedagógicas e
metodológicas, e a acolhida dos estudantes. Assim, precisamos incorporar o
conteúdo da Lei 10.639/03 ao cotidiano escolar, pois somente estar promulgada
não é garantia de efetivação, é preciso que nós, professores, reflitamos nossas
práticas educacionais em apoio às leis e políticas educacionais vigentes em
nosso país.
Analisando
a lei 10.639/03 Renilson Rosa Ribeiro et. al. (2018) diz que muito se tem
afirmado ou se contestado a respeito da obrigatoriedade da lei, o que acaba
reverberando na forma de ensinar e pensar historicamente no contexto escolar,
pois conceitos importantes como “identidade, diversidade, nacionalidade, diferença,
igualdade, inclusão entre outras tem povoado o vocabulário docente com
diferentes significados e problematizações” (RIBEIRO, et. Al. 2018, p. 166). E
em seu entendimento foi necessário criar a lei, escancara que o Brasil não é um
“paraíso” ou uma “democracia racial”. A obrigatoriedade da Lei é vista como um
problema, pois desconsidera as lutas políticas de diversos movimentos em defesa
da história do negro e em combate do racismo. Também reestrutura o currículo,
pois vem contra o currículo eurocentrado da História, e vai além deste
componente curricular ao evidenciar a necessidade de descolonizar a educação
brasileira. “Ela traduz a importância do Brasil se reconhecer como um país que
precisa pensar em uma perspectiva multicultural e pós-colonial” (IDEM, p. 167).
Partindo
deste pressuposto, espera-se que os estudantes tenham em seu cotidiano
experiências metodológicas diferenciadas do ensino, e que a pesquisa capte
estas percepções que se formarão a partir da construção de novos paradigmas de
ensino-aprendizagem através da construção de um novo paradigma intercultural. A
indagação sistemática dos vários sentidos e usos da História tornam-se urgente
quando se procura o desenvolvimento de novas competências e habilidades nos
jovens. Isso também faz refletir, diagnosticar e propor intervenções na
formação de professores, buscando uma intersecção da teoria institucional
acadêmica com a prática efetiva em sala de aula.
Considerando
que o saber científico é uma das formas de se compreender os sujeitos e suas
relações sobre a realidade, e que ajudam a partir de um ponto de vista sobre a
realidade para entender a complexidade social na qual estamos imersos,
apontando para possibilidades de mudanças em nossas práticas. Mas a vida em
sociedade é às vezes, difícil de explicar cientificamente, e por vezes tem-se
que recorrer ao senso comum, a cultura e a tradição, que são elementos
fundamentais que compõe formas de objetivação das relações e dos sujeitos
sociais.
REFERENCIAS
Silmara
Dencati Santa Rosa é mestre em História, professora da disciplina de História
na rede Básica de Educação na Secretaria de Educação de Mato Grosso.
ASANTE,
Molefe Kete. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. IN: Afrocentricidade: uma abordagem
epistemológica inovadora/ Elisa Larkin Nascimento (org). São Paulo: Selo Negro,
2009.
BRAGA,
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MARCONI,
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Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 9ª ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2009.
Bom dia Silmara, em relação a Lei 10.639/03, tive a oportunidade de ministrar aulas em uma escola do interior na qual a Lei era aplicada através da interdisciplinaridade com culminância em uma aula de campo na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade e a finalização do projeto que envolvia toda a comunidade escolar, com reflexões acerca da construção da identidade. Após alguns anos, retornei na mesma escola, e para a minha surpresa a contribuição financeira que a SEDUC/MT repassava foi cortada e assim a unidade escolar deixou de organizar o projeto, sendo, portanto a LEI "esquecida" e isso ocorre senão em todas, na maioria das escolas não só de Mato Grosso, mais de todo o Brasil. Ao meu ver a lei virou letra morta, você concorda ou discorda?
ResponderExcluirDiscordo no sentido que A lei não diz respeito a ser realizada com e/ou somente com projetos. Ela deve ser pensada no curriculo escokar desde a semana pedagógica, e estar presente eem todas as disciplinas.
ExcluirSe a seu ver a Lei esta morta, é por que os professores não estão trabalhando como se deve. Olhe o bulling racista que eciste nas salas de aula, isso é o gancho para o professor estar executando a lei.
Fazer um ou dois planejamentos bimestrais em relação a cultura Afro- brasileira não atrapalha ninguem e se trabalha a lei, e de quebra temos jovens mais conscientes. Esse é o nosso papel
Grata pela pergunta
Silmara Dencati Santa Rosa
Bom dia
ResponderExcluirSilmara Dencati Santa Rosa
Tudo bem?
Parabéns pela temática que é de suma importância para a sala de aula.
A lei 10.639/2003 trouxe a obrigatoriedade do ensino da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”, na sua visão essa temática está sendo trabalhada por todas as escolas de Cuiabá? Ou apenas é trabalhado em dias comemorativos como o 20 de novembro, dia da consciência negra. Você acha que essa é a forma “mais correta” de trabalhar essa temática? Será que colocar os alunos para apenas dançar ou fazer um teatro em um determinado dia gera um real ensinamento sobre a temática sem fazer uma contextualização porque de tal dia comemorativo, porque de tal dança, porque de tal teatralização?
Att,
Cristiano Rocha Soares
Olá, Cristiano. O tema é muito relevante para o ensino, principalmente para nós, professores de Historia, pois se espera que nós trabalhamos com esta temática.
ExcluirBem vamos lá: a lei não é trabalhada em todas as escolas de maneira efetiva, como deveria ser trabalhada: ao longo do ano. E sempre que necessário, pois sempre surgem os casos de racismo, e nestas horas temos que estar prontos.
Trabalhar somente o dia 20 de novembro e sua simbologia não é trabalhar a Lei 10.639. É trabalhar uma data comemorativa.
Em minha escola trabalhamos ao longo do ano e fazemos uma culminância do projeto de arte e historia no dia 20, como encerramento.
Precisamos nos esforçar mais no que diz respeito ao planejar nossas aulas e inserir a cultura Afro - brasileira no currículo.
Grata pela pergunta.
Bom dia Silmara, em relação a Lei 10.639/03, tive a oportunidade de ministrar aulas em uma escola do interior na qual a Lei era aplicada através da interdisciplinaridade com culminância em uma aula de campo na cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade e a finalização do projeto que envolvia toda a comunidade escolar, com reflexões acerca da construção da identidade. Após alguns anos, retornei na mesma escola, e para a minha surpresa a contribuição financeira que a SEDUC/MT repassava foi cortada e assim a unidade escolar deixou de organizar o projeto, sendo, portanto a LEI "esquecida" e isso ocorre senão em todas, na maioria das escolas não só de Mato Grosso, mais de todo o Brasil. Ao meu ver a lei virou letra morta, você concorda ou discorda?
ResponderExcluirLidiane Álvares Mendes